(com Talo Pereyra)
Eu imagino que viver feliz
seja o revés, seja o revés
de não semear as plantas dos meus pés
em todos palcos de cada país.
A flor e sol, a leite e mel
eu alimento o vício de sonhar
que assim na terra como no céu
nos sobra, enfim, um baile popular.
Eu canto aos ventos pra que minha voz,
cidade afora, campos afora,
sossegue a dor e o drama de quem chora
e alegre os dias dos que marcham sós.
A qualquer hora, se me deixa a paz
e falta luz e falta luz,
me acodem músicas que não compus,
me afaga um par – e eu canto e danço mais.